O tema a seguir não é novo. Mas sua recorrência é necessária à medida que incoerências e mudanças de opiniões num curto espaço de tempo se sucedem. Refiro-me a candidatos ou militantes que há poucos meses estavam em lados iguais e hoje dividem palanques. Criticam ações que em outrora aplaudiram. Em abril o jornalista e professor da ESPM, Eugênio Bucci, escreveu na Revista Época que no Brasil não se sabe mais quem é esquerda ou direita. “Os políticos de direita evaporaram. Como fantasmas à luz do sol, como a neblina e as miragens, simplesmente sumiram no ar… Hoje, a gente olha, olha de novo, esfrega os olhos e... Mas o que é isso? Não ficou ninguém? Como saci-pererê, a direita no Brasil é algo em que se crê, mas não se vê. Todos são esquerda e ao mesmo tempo direita.” Uso a citação de Bucci por resumir a realidade que presenciamos na política local. Em todos – sim, em todos – os municípios da região partidos e candidatos trocam de lado e de palanque a todo momento. O que era certo ontem agora está errado. Em meio a essa volátil opinião política está o eleitor. É dele a missão de interpretar e, pior que isso, tentar entender os bastidores de cada situação. Todos os partidos têm bons e maus candidatos. Mas quanto mais se troca mais marginalizadas ficam as siglas partidárias. A esquerda e direita visível em anos passados não existe mais. E isso, como diz Bucci, “só os espíritos saberão explicar”.
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