sexta-feira, 25 de maio de 2012

O pior entre os piores


   O sonho do Brasil é se destacar como potência global. Muitos são os desafios que retardam essa conquista, mas um está no topo: a educação.
   Os avanços na inclusão e no aperfeiçoamento são visíveis nos últimos anos, contudo as escolas ainda deixam a desejar em qualidade. Prova disso é que em todas as avaliações internacionais de ensino básico ficamos atrás de outros países emergentes. Dado preocupante.
   No Rio Grande do Sul, temos motivos ainda mais eloquentes para duvidar da nossa capacidade de desenvolvimento. Somos o estado com o maior índice de reprovação do Ensino Médio de todo o país e estamos entre o seleto grupo de governos que não paga o piso nacional do magistério – que nem é expressivo. Esta incompatibilidade salarial confronta, todos os anos, o Cpers e o governo do estado. Greves, passeatas e acusações marcam cada início de ano letivo, onde se discute o indubitável. No lugar da pedagogia, do aperfeiçoamento teórico e prático, de ideias inovadoras, prevalece a eterna guerra entre as duas partes.
   O resultado do último concurso do magistério para contratar 10 mil professores no estado, onde 89% dos concorrentes foram reprovados, é uma prova de que há coisas muito erradas. Qual é o (a) jovem que se motiva a ser professor, preparar-se para enfrentar a rebeldia dos alunos de hoje, sabendo que o salário que o espera é igual ou menor do que na maioria das áreas em que está projetado?
   Ontem, no fim do dia, surgiu outra notícia sobre a decisão judicial envolvendo o Ministério Público, Cpers e estado. Enquanto acumulamos índices desastrosos na educação, as energias estão direcionadas a um imbróglio judicial, que parece interminável.
   Para deixarmos de ser os piores entre os piores é preciso melhorar a educação em todos os níveis, a começar pelas políticas públicas e a participação das famílias que, na contramão do ideal, cada vez menos participam da vida escolar dos filhos.

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