Os noticiários das últimas semanas mostram um Brasil cuja economia continua a surpreender o mundo e exibe um quadro de franco desenvolvimento social. No Vale do Taquari, a diversidade industrial evita crises e nos coloca entre os principais polos de produção de alimentos do estado, alicerçado pelos frangos, suínos e leite.
Outros setores, como metalmecânico, moveleiro e calçadista se desenvolvem em ritmo acelerado. O atual momento exibe uma região promissora, tendo em vista o potencial produtivo e mercadológico. Sobretudo, emperramos numa questão básica: falta de mão de obra.
Na edição de terça-feira do A Hora, a matéria alusiva ao Dia do Trabalho expôs parte da dificuldade que as empresas regionais têm para preencher algumas vagas de emprego. O drama que há poucos meses atingia apenas empresas com necessidades de qualificação, hoje atua sobre todos os segmentos.
O assunto não é novidade, haja visto as ações específicas realizadas por instituições e entidades classistas para atrair profissionais. Ao mesmo tempo em que comemoramos a instalação de novas empresas no Vale – Vonpar e Cosuel em Arroio do Meio, Languiru em Poço das Antas, Beira Rio em Santa Clara do Sul – e vemos a construção civil necessitar cada vez mais de pedreiros e serventes, nos questionamos: da onde virá tanta gente e como a região está preparada para atender este impacto social e estrutural?
A ousada “importação” de funcionários e a desenfreada vinda de jovens do campo para a cidade, por exemplo, são insuficientes para atender a demanda.
Um exemplo: a Calçados Beira Rio, em Santa Clara do Sul, conclui logo mais a construção de um prédio com dezenas de metros quadrados, capaz de alojar mais de 500 novos funcionários. Para conseguir preencher as atuais 400 vagas, a empresa teve de buscar no Vale do Rio Pardo. De lá, traz todos os dias três ônibus lotados.
Sabemos que a industrialização se direciona para a mecanização. Mas, nem tudo pode ser feito por máquinas. A mão do homem é e será indispensável. Portanto, está aí um grande desafio para os governantes a serem eleitos em outubro. Encontrar um ponto de equilíbrio entre a pressão empresarial visto a necessidade indubitável de atrair funcionários e a obrigação de desenvolver ordenada e sustentavelmente as cidades é uma das mais importantes tarefas.
Crescer em população não é sinônimo de evoluir.
Nenhum comentário:
Postar um comentário