quinta-feira, 31 de maio de 2012

Muito imposto e pouco resultado


   
O Brasil lidera índices que nos colocam em situação desastrosa, se comparado a países de economias e desempenhos idênticos ou até inferiores aos nossos. Educação, saúde e segurança atingem marcas piores as de vários países do Mercosul. 
A carga tributária é outro troféu. A quantidade de “mordidas” nos forçam a trabalhar 150 dias por ano para quitar todos os compromissos. Desde ontem, trabalhamos para o nosso bolso. Tudo que arrecadamos até 30 de maio ficou para o governo. Lá se vão cinco meses de labuta para regularizar carro, imóvel, renda, faturamento, funcionários e assim vai. Para tudo há um imposto. Só falta taxarem o ar.
O problema é que o Brasil cobra impostos de um país desenvolvido (35% de toda riqueza vai para as mãos do governo) e oferece serviços de terceiro mundo.
Tivemos avanços sociais nos últimos anos, mas ainda procuramos explicações – fora a roubalheira e os escândalos – que justifiquem a cobrança de tantos tributos.
Pelo contrário, no início do ano foi divulgado que o Brasil ficou em último lugar em um ranking internacional sobre o retorno que os cidadãos obtêm para os impostos que pagam. A lista considera os países que, proporcionalmente, mais arrecadam impostos.
As maiores carências brasileiras relacionam-se à segurança, saúde e educação. Os presídios, hospitais e escolas não funcionam como deveriam. É nesses aspectos que se dimensiona a capacidade de desenvolvimento de uma sociedade.
Hoje, estas responsabilidades estão sob as costas dos governos estadual e municipais. Por ironia, não é para eles que vai a maior parte dos impostos. A grande “fatia do bolo” vai para a União, que deveria repassar os recursos aos governadores e prefeitos. A distribuição atual é pífia e nos leva a crer que antes de chegar aos estados, há muitos Cachoeiras, Demóstenes, Mendes, mensalões, mensalinhos, e outros, que precisam ser abastecidos.

186 anos de prisão?


Por mais que a legislação brasileira justifique e permita, é difícil compreender que uma pessoa seja condenada por 180 anos de prisão, como é o caso do Seco (abaixo), porque a pena máxima é de 30 anos. O “bambambam” de roubos a carros-fortes no Rio Grande do Sul volta hoje à Teutônia para receber mais condenação (matéria completa na página 15). Serão dezenas de viaturas e mais de cem policiais das forças táticas da capital cuidando da segurança para trazer o criminoso de Charqueadas à Teutônia. Nada que não mereça, face do perigo que Seco representa a sociedade gaúcha. Sua habilidade e safadeza em elaborar ataques a bancos e carros-fortes já foi comprovada várias vezes.
  
 Ele sairá do julgamento, provavelmente condenado por mais duas centenas de anos, para cumprir no máximo 30. Se for obediente e educado no presídio, sairá até antes.

Disputa pelos ossos do cardeal

   A notícia publicada pelo colunista Paulo Rogério dos Santos, na terça-feira, de que os restos mortais do cardeal Dom Aloísio Lorscheider, poderiam ser transferidos de Imigrante para São Paulo, alvoroçou o distrito de Daltro Filho. Na página 7 desta edição, matéria completa sobre essa possibilidade evidencia que moradores se mobilizam para manter os ossos numa capela ao lado do Convento São Boaventura.

sexta-feira, 25 de maio de 2012

O pior entre os piores


   O sonho do Brasil é se destacar como potência global. Muitos são os desafios que retardam essa conquista, mas um está no topo: a educação.
   Os avanços na inclusão e no aperfeiçoamento são visíveis nos últimos anos, contudo as escolas ainda deixam a desejar em qualidade. Prova disso é que em todas as avaliações internacionais de ensino básico ficamos atrás de outros países emergentes. Dado preocupante.
   No Rio Grande do Sul, temos motivos ainda mais eloquentes para duvidar da nossa capacidade de desenvolvimento. Somos o estado com o maior índice de reprovação do Ensino Médio de todo o país e estamos entre o seleto grupo de governos que não paga o piso nacional do magistério – que nem é expressivo. Esta incompatibilidade salarial confronta, todos os anos, o Cpers e o governo do estado. Greves, passeatas e acusações marcam cada início de ano letivo, onde se discute o indubitável. No lugar da pedagogia, do aperfeiçoamento teórico e prático, de ideias inovadoras, prevalece a eterna guerra entre as duas partes.
   O resultado do último concurso do magistério para contratar 10 mil professores no estado, onde 89% dos concorrentes foram reprovados, é uma prova de que há coisas muito erradas. Qual é o (a) jovem que se motiva a ser professor, preparar-se para enfrentar a rebeldia dos alunos de hoje, sabendo que o salário que o espera é igual ou menor do que na maioria das áreas em que está projetado?
   Ontem, no fim do dia, surgiu outra notícia sobre a decisão judicial envolvendo o Ministério Público, Cpers e estado. Enquanto acumulamos índices desastrosos na educação, as energias estão direcionadas a um imbróglio judicial, que parece interminável.
   Para deixarmos de ser os piores entre os piores é preciso melhorar a educação em todos os níveis, a começar pelas políticas públicas e a participação das famílias que, na contramão do ideal, cada vez menos participam da vida escolar dos filhos.

Fiscalizar é uma das funções

   Nas últimas edições fizemos críticas à atuação dos vereadores do Vale do Taquari, sustentadas pelos altos gastos que não refletem em trabalho. Pelo contrário as câmaras, de um modo geral, viraram cabide de emprego, palanque político eleitoreiro e desordem.
   Mas, a coerência com que escrevemos esta coluna nos leva a reconhecer o trabalho do vereador Sérgio Kniphoff (PT) nas últimas semanas. Na sessão de terça-feira, apresentou nova e relevante acusação de suposto desvio de dinheiro público. A documentação está com o Ministério Público e devem parar na Justiça. Detalhes na página 7.
   Pena que esta intensidade de denúncias e acusações apareça só agora, há quatro meses das eleições, já que os contratos em discussão datam de 2011. Este pressuposto abre brechas para desconfiança e suspeitas sobre as reais intenções do vereador. Quero estar errado.

Muito a explicar

   Sejam quais for as intenções da oposição, as irregularidades expostas nas últimas semanas – asfalto sem licitação na obra do viaduto, ilegalidades no projeto cultural envolvendo a decoração natalina e agora, desvio de função em obra de tapa-buracos – necessitam explicações mais concretas do Executivo. A desconfiança paira pela cidade.

Multa e incertezas. Nada mais


   A única certeza que se tem dos sete partidos de oposição, que há seis meses anunciaram Ito Lanius como pré-candidato a prefeito em Lajeado, é a multa de R$ 15 mil que precisam pagar devido à publicação de uma nota oficial. De resto, todos os anúncios e interesses dos coligados estão na berlinda.
   As sucessivas reuniões das últimas semanas não esclareceram o rumo da oposição lajeadense. Os palpites são insuficientes para fazer projeções, muito menos afirmações. Para não enrolar – e o verbo não é exagero – os leitores, não faremos nenhuma afirmação neste espaço sob pena de desinformar. Neste momento tudo é negociável, até mesmo o improvável e o inegociável.

“Sangue novo” em Forquetinha


   Após três eleições entre os mesmos candidatos a prefeito (Lauri Gisch e Waldemar Richter) este ano terá novidades em Forquetinha. Oscar Ruphental (PMDB) é o mais citado para concorrer contra o atual prefeito Richter (PP), que vai para sua quarta eleição seguida no município. O vice pela oposição deve ser Marcelo Schmitz, filho do ex-prefeito Sílvio.

Aliás

   A indecisão se verifica em várias cidades, em especial nos centros maiores. O imbróglio maior parece haver em Teutônia, onde as disputas tendem aos tribunais. Os dois pré-candidatos, Renato Altmann (PP) e Ricardo Brönstrup (PSDB) têm pendengas judiciais e seus nomes são incertos para a corrida de outubro. A assessoria jurídica dos dois lados prepara material de acusação, que deverá vir a público nos próximos dias.

Consenso em Westfália?

   Situação e oposição de Westfália conversam para haver consenso em torno de Sérgio Marasca (PT) nas eleições de outubro. O modelo de gestão implementado pelo atual prefeito petista deu para Westfália o primeiro lugar em distribuição de renda per capita do país. Neste momento, o ex-prefeito é um dos poucos que resiste à iniciativa. A confirmação do consenso se dará na próxima semana.

sexta-feira, 18 de maio de 2012

Serviço ilegal há 21 anos


O sistema de cobrança do Estacionamento Rotativo Pago de Lajeado funciona há 26 anos. Há duas décadas a promotoria pública e a assessoria jurídica da administração de Lajeado permitem a suposta atuação irregular. Fizeram “vistas grossas” a uma situação que deveria estar solucionada. A Uambla faz a cobrança há 16 anos, mas o modelo é o mesmo desde a sua criação.
Mesmo tardio, sempre é oportuno solucionar irregularidades. No entanto, as explicações do promotor Carlos Augusto Fioriolli, responsável pela ação que aponta os erros, não justificam a demora em intervir.
Nos últimos anos, o sistema de trânsito esteve em discussão muitas vezes, em especial sobre as carências no atendimento como: demora das cobranças; insuficiência de cobradores; aplicação de multas aos que estacionam sem pagar e outros.
Por todas essas brechas, esta é a oportunidade para ajustar todos os entraves e legitimar o processo, para que se eliminem as desconfianças e incertezas sobre um trabalho primordial para ordenar o trânsito. Lajeado precisa de sistema rotativo, independentemente do modelo de cobrança.


Faça o que eu digo, mas
não faça o que eu faço
É muito comum encontrarmos pessoas que ocupam posições de liderança comportando-se de acordo com o lema acima. Este descompasso entre o discurso e a ação gera perda de credibilidade e a consequente desmoralização desses líderes.
O dito popular serve para resumir a atitude do coordenador de Trânsito de Lajeado, Luis Felipe Finkler, que processa a Uambla por lhe aplicar multas decorrentes ao não pagamento do estacionamento rotativo no centro da cidade.
A atitude de Finkler é incoerente, pois é dele a missão de comandar os agentes de trânsito para multar os motoristas que ignoram a cobrança das tarifas de estacionamento. Ser contra o modelo do rotativo atual não justifica que cidadão algum desobedeça a lei municipal que regulamenta a cobrança da Uambla.

Condomínio no lugar dos galinheiros


Os cerca de 60 hectares que há 43 anos abrigam galinheiros e depósitos da empresa Ledur, em Conventos, Lajeado, serão transformados em loteamento e condomínio de luxo. A arquitetura e infraestrutura projetadas para os residenciais são inovadoras e projetam crescimento econômico para o bairro.
A população de Conventos apresenta crescimento acelerado nos últimos anos e hoje soma 3,4 mil habitantes. O número é maior do que a população de uma dezena de municípios do Vale do Taquari.

Baixaria aumenta


A falta de ordem e respeito na Câmara de Vereadores de Lajeado é gritante. Ofensas de baixo calão e desrespeito às normas da casa marcam o debate dos representantes do povo. “Você precisa deixar de ser burro”, foi uma das expressões proferidas na última reunião.
À medida que se aproxima a campanha eleitoral, os ânimos se alteram ainda mais. Se continuar neste nível, Lajeado será nos próximos dias, assunto em rede nacional por que vereadores se pegaram no tapa durante a sessão.
O pior é que a imprensa ainda é acusada de perseguidora e mal-intencionada ao repudiar estes escrúpulos. Pode?  

Waldir Blau será oposição


A mágoa por não ser valorizado pela prefeita Carmen Regina leva o suplente de vereador Waldir Blau sair do PP – após 15 anos – para filiar-se ao partido Democratas, coordenado pelo ex-deputado estadual Marquinho Lang. Estará no palanque do pré-candidato Luis Fernando Schmidt (PT) nas eleições de outubro. O ato oficial ocorre amanhã.
Com quase 1.200 votos na eleição passada, Blau acusa a prefeita de “não valorizar os soldados” e relaciona sua saída do partido pela falta de “clima” e união. “Fiz mais de mil votos e tive que trabalhar de servente de pedreiro depois de outubro, porque a prefeita não me valorizou”, queixou-se à coluna ontem.
Como o prazo de troca de partidos para viabilizar candidaturas em outubro esgotou, Blau foca fortalecimento do partido e se dedica à campanha de oposição.

sexta-feira, 11 de maio de 2012

Manifestação do Leitor


Boa tarde, Fernando
     Lendo hoje tua coluna no jornal A Hora, sobre salarios de vereadores de Encantado, vejo que tem um senso critico sobre a relação custo/beneficio de um vereador, porque afinal de contas envolve recursos publicos, os quais fazem tanta falta a quem realmente interessa, o Povo.
    Qual tua opinião sobre o aumento de vereadores em Lajeado, quando Porto Alegre com 1.400.000 pessoas tem 36 vereadores (1 para cada 40.000) e em Lajeado , os nobres edis forçando a aprovação para 15 vereadores ( 1 para cada 4.500).
    Isto é muito preocupante e eu não vejo o povo se manifestar. Sabe porque? Tudo está sendo feito na "surdina". Este assunto deveria passar por um referendo popular, onde tenho certeza seria uma goleada de votos contrarios ao aumento do numero de vereadores.
    Que tal informar o povo sobre o que está ocorrendo?

Carlos Bonzanini

Vereadores “com vergonha”


   Reconhecer os próprios erros e deficiências sempre é um ato de grandeza. Afinal, o ser humano é falível. Neste diapasão, fizemos a consideração sobre a atitude dos vereadores de Encantado. Após aumentarem espantosamente seus salários em quase 40%, decidiram recuar e ouvir o clamor público.
   A cara de pau que os encorajou a elevar os subsídios para R$ 5 mil a partir de 2013, ecoou na sociedade. Nas próximas semanas, apresentam projeto para definir novos percentuais de aumento. Espera-se que desta vez prevaleça a coerência e que não o façam apenas por se tratar de ano eleitoral. O dinheiro do povo merece ser tratado com mais equilíbrio e consideração.
   A propósito, seria lastimável e desrespeitoso se os vereadores encantadenses não recuassem da decisão. A produtividade na câmara, aliada à desordem com que encaram o compromisso público é estapafúrdia. Pasmem, quando o assunto principal de uma sessão ordinária é a alteração dos horários das reuniões semanais, como foi na segunda-feira.    Como se em Encantado não houvesse prioridades e mazelas mais eloquentes do que o horário de início da sessão dos vereadores. Por este ângulo, R$ 5 mil é inadmissível e os cerca de R$ 3 mil que ganham hoje ainda são demais.

   Pelos valores aprovados, nas quatro câmaras os custos com subsídios dos 50 vereadores e cargos comicionados ultrapassarão 16 milhões nos próximos quatro anos

 E os outros?
   A pesquisa de opinião pública divulgada pelo jornal A Hora no início de abril mostra que 90% da população rejeita os aumentos aprovados pelos vereadores em Teutônia, Estrela, Encantado e Lajeado.
   Mesmo assim, só a cidade da região alta revê os valores. Em Lajeado, o projeto de redução de 40% do vereador Adriel foi atropelado pela sequência de polêmicas envolvendo ações municipais. Em Teutônia e Estrela, os legisladores fazem pouco caso da opinião do povo e sequer falam no assunto.
   Aos eleitores, resta a ferramenta de outubro.




quinta-feira, 10 de maio de 2012

McDonald’s nega vinda a Lajeado



   Um grande grupo industrial da região e outro ligado ao ramo da construção têm interesse em trazer uma loja do McDonald’s para Lajeado. Contudo, na terça-feira o setor de expansão da empresa no Brasil, por meio de sua assessoria de imprensa informou à colega Carine Krüger que não há previsão de abertura de uma unidade na cidade. Dessa forma, adiam-se por ora os boatos de que o grupo estaria vindo a Lajeado.

Semana tensa nos bastidores políticos


   
    A ideia de Enio Bacci (PDT) de enfraquecer a coligação dos sete partidos que apoiam a corrida do pré-candidato Ito Lanius (PMDB) não se confirmou. O deputado federal foi convidar o radialista Renato Worm (PMDB) para dividir palanque ao lado do pré-candidato a prefeito Luis Fernando Schmidt (PT). Worm negou a possibilidade de concorrer, ontem à noite.
    Além desta negação, o encontro realizado na sede do diretório peemdebista reafirmou as pré-candidaturas de Lanius a prefeito e do advogado Daniel Fontana (PC do B) a vice. Com a definição, terminam as especulações sobre um possível “racha” nos sete partidos coligados há vários meses, comentado nos bastidores nos últimos dias.

Falhas sobre falhas


   Há muita coisa mal explicada em relação ao projeto cultural “Natal Brilhante” desenvolvido pela empresa Nacional Projetos Culturais com aval do Executivo de Lajeado, em 2011. O “dito  pelo não dito” estampa a falta de informações e incompetência de boa parte dos envolvidos no processo, que vem desde o anúncio de contratação do Padre Fábio de Mello, por meio de lei cultural. Inclusive, o projeto de lei aprovado na última sessão, repassando R$ 117 mil para a empresa Pontolux, está carregado de equívocos.
   O Ministério da Cultura veta o repasse de dinheiro para a realização de eventos como decoração natalina ou que tenham cunho religioso.
   Não se trata, em princípio, de desvio de dinheiro ou “má fé” do Executivo ou Legislativo. As   irregularidades – e são várias – estão ligadas à ignorância e ingenuidade, mas principalmente, à tentativa, por parte da empresa contratada, em ludibriar toda a gestão pública. Até agora conseguiram.

quinta-feira, 3 de maio de 2012

O desafio de crescer com evolução


 Os noticiários das últimas semanas mostram um Brasil cuja economia continua a surpreender o mundo e exibe um quadro de franco desenvolvimento social.  No Vale do Taquari, a diversidade industrial evita crises e nos coloca entre os principais polos de produção de alimentos do estado, alicerçado pelos frangos, suínos e leite.
Outros setores, como metalmecânico, moveleiro e calçadista se desenvolvem em ritmo acelerado. O atual momento exibe uma região promissora, tendo em vista o potencial produtivo e mercadológico. Sobretudo, emperramos numa questão básica: falta de mão de obra.

Na edição de terça-feira do A Hora, a matéria alusiva ao Dia do Trabalho expôs parte da dificuldade que as empresas regionais têm para preencher algumas vagas de emprego. O drama que há poucos meses atingia apenas empresas com necessidades de qualificação, hoje atua sobre todos os segmentos.
O assunto não é novidade, haja visto as ações específicas realizadas por instituições e entidades classistas para atrair profissionais. Ao mesmo tempo em que comemoramos a instalação de novas empresas no Vale – Vonpar e Cosuel em Arroio do Meio, Languiru em Poço das Antas, Beira Rio em Santa Clara do Sul – e vemos a construção civil necessitar cada vez mais de pedreiros e serventes, nos questionamos: da onde virá tanta gente e como a região está preparada para atender este impacto social e estrutural?
ousada “importação” de funcionários e a desenfreada vinda de jovens do campo para a cidade, por exemplo, são insuficientes para atender a demanda.
Um exemplo: a Calçados Beira Rio, em Santa Clara do Sul, conclui logo mais a construção de um prédio com dezenas de metros quadrados, capaz de alojar mais de 500 novos funcionários. Para conseguir preencher as atuais 400 vagas, a empresa teve de buscar no Vale do Rio Pardo. De lá, traz todos os dias três ônibus lotados.
Sabemos que a industrialização se direciona para a mecanização. Mas, nem tudo pode ser feito por máquinas. A mão do homem é e será indispensável. Portanto, está aí um grande desafio para os governantes a serem eleitos em outubro. Encontrar um ponto de equilíbrio entre a pressão empresarial visto a necessidade indubitável de atrair funcionários e a obrigação de desenvolver ordenada e sustentavelmente as cidades é uma das mais importantes tarefas.
Crescer em população não é sinônimo de evoluir.

Falta de terreno


O secretário de Indústria e Comércio de Lajeado, Carlos Alberto Martini está com dificuldades de encontrar área que agrade os diretores do Instituto Federal de Educação. Oito meses após o anúncio de instalação do câmpus em Lajeado, 17 locais foram rejeitados.
   Para os quatro hectares – com boa infraestrutura, acesso asfáltico, água e luz  exigidos pela instituição, o município estaria disposto a pagar até R$ 2 milhões. O problema é que a avaliação dos imóveis em Lajeado, em especial, os bem localizados e deste porte, são mais valorizados. Ainda bem que o MEC não definiu data para o início das obras de construção do prédio.

Polêmica à vista


A primeira audiência pública entre o Dnit e os proprietários de áreas e casas localizadas às margens da BR-386, que precisam ser desapropriadas, expôs o que será uma queda de braço.
   De um lado, a autarquia argumenta definir os valores com base nas avaliações venais e de outro, os donos querendo mais pelos seus bens. A negociação individual de cada área será feita nos dias 29 a 31 deste mês.

Tráfico desenfreado

   O avanço do tráfico de drogas em Lajeado, em especial de menores de 18 anos, é assustador. Desde o início do ano, dezenas foram flagrados pela polícia. A insuficiência de alas para tratamento adequado torna o trabalho dos soldados ineficaz. Prendem num dia e noutro estão de volta nas mesmas cercanias, consumindo e vendendo.

R$ 16 milhões em quatro anos. É demais!


   As manifestações de dezenas de leitores elogiando a reporta­gem que aponta um gasto superior a R$ 16 milhões por legislatura em quatro câma­ras da região contrastam com o posicionamento de vereadores. Paulo Tóri (PPL), de Lajeado, por exemplo, defende a classe e ar­gumenta que os subsídios são insuficientes pelo que trabalha. No microfone do Legislativo, fez críticas ao jornal A Hora, clas s i f i cando de desocupados os jornalistas e a direção da empresa, que na sua análise, desconhecem a realidade.
Em nome da liberdade de expressão, respeitamos a opinião do vereador e de todos que fazem coro às suas ideias. O que nos cabe, após manifesta­ções plurais desde que foi publi­cada a pesquisa, no último fim de semana, é desmontar estas acusações e provar que são, no mínimo, infelizes.
Valemo-nos de uma citação do saudoso Millôr Fernandes, que morreu há poucas semanas: “Imprensa é oposição, o resto é armazém de secos e molhados”. Não se trata de uma oposição partidária, e sim, contrarieda­de a tudo aquilo que, no poder público, cheira a injustiça, exagero, desvio, corrupção. Fa­zer estradas, trocar luminárias queimadas, trabalhar em favor do cidadão, pensar no desen­volvimento, são obrigações de quem é eleito e pago com dinheiro público. Não se trata de um favor, passível de divul­gação na mídia.
Esta análise crítica sobre os custos exagerados das câmaras de Encantado, Lajeado, Estrela e Teutônia, previstos para a próxima legislatura, não tem interesse eleitoral ou de prejudicar as imagens dos legisladores. Apenas expõe uma realidade que o eleitor tem direito de saber. Afinal, são milhões que poderiam ser investidos em outras áreas que tanto carecem de investimentos: saúde, educação, estradas. Se outrora muitos líderes não tivessem exercido esta função sem receber subsídios, até poderíamos nos sensibilizar com os argumentos dos atuais. Mas, a coerência não nos permite!
   As funções de um vereador são basicamente: criar leis que tornem a sociedade mais justa e humana e fiscalizar as ações do Executivo, principalmente quan­to à execução orçamentária ao julgamento das contas apresen­tadas pelo prefeito. Na prática, sabemos, não é isso que ocorre.
   Indigna ao escutar o vereador Paulo Tóri falar que trabalha muito e ganha pouco, e ver nos arquivos dos últimos três anos e quatro meses de mandato, que é autor de apenas cinco projetos de lei. Diga-se de passagem, esta quantidade retrata a atuação da maioria em toda a região.
   Infelizmente com o passar dos tempos, os verdadeiros atributos do vereador foram se desviando de seu rumo legal e ele passou a ser um “des­pachante de luxo”, exercendo funções das mais variadas pos­síveis, explorando as dificul­dades e miséria da população, obtendo o voto fácil em troca dos mais diversos favores.

   Solicitamos gentilmente, a conferência das informações e formatação do material em anexo. Após a aprovação do mesmo, não nos responsabilizamos por quaisquer incorreções.
   Aguardamos o retorno da aprovação ou alterações se necessárias.