É inaceitável o imbróglio entre Funai e Dnit se estender por tanto tempo. No início da obra de duplicação da BR-386, autorizada na pomposa teleconferência do presidente Lula, em 2010, sabia-se do impasse existente para realocar as 20 famílias indígenas que vivem à beira da rodovia, em Estrela.
Quase dois anos depois, o diretor da empresa Conpasul, Nilto Scapin – uma das responsáveis pela duplicação – anuncia que o término atrasará pelo menos um ano devido à não liberação dos nove quilômetros restantes. A previsão de haver acesso duplicado à região metropolitana até outubro de 2013 não se concretiza mais. Notícia trágica diante de estatísticas de acidentes fatais que acontecem quase toda semana naquele trecho, considerado um dos mais perigosos de toda a BR-386.
A pressão sobre as autoridades, movida em especial pela Câmara de Indústria e Comércio do Vale do Taquari, se justifica à medida que os temores se tornam fatos. Há poucos meses, grupo de empresários e líderes regionais, liderados pelo presidente da CIC-VT, Ardêmio Heineck, colocaram a “boca no trombone”, exigindo solução do Dnit e da Funai. Na época, criou-se um atrito entre a comissão pró-duplicação e a entidade, face à disputa de beleza, explícita em acontecimentos de relevância estadual e nacional. Os mais acomodados consideram exagero a pressão, pediram calma e disseram que a obra acabaria dentro do prazo. Lorota!
Agora está aí. Aconteceu o que, para o povo brasileiro não é novidade: a burocracia e o empurra-empurra de responsabilidades, adiando soluções de problemas que se estendem há tempo.
Pelo cenário exposto, é preciso aliar-se aos inquietos empresários que compõem a CIC e continuar no encalço de quem decide. Doze mortes por ano são o suficiente para sairmos da inércia e do conformismo. Está na hora de se mexer!
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