quinta-feira, 26 de julho de 2012

Acabou a mamata dos pedágios


   O governador Tarso Genro (PT) atendeu ao pedido da maciça maioria de gaúchos, ao negar renovação dos contratos com as empresas que exploram o pedágio no estado. Mais que isso, antecipou o encerramento dos trabalhos em um semestre, o que significa que a passagem estará liberada nas rodovias federais a partir de 2013. Nas estaduais, o governo cria uma empresa pública que administrará os serviços, com a garantia de diminuir o valor. A estimativa é reduzir dos atuais R$ 6,70 para R$ 4,70, 30% a menos.
   No Vale do Taquari – que é cercado por quatro praças de pedágio – o maior impacto ocorre em Marques de Souza e Fazenda Vilanova, onde as cancelas serão abertas sem perspectivas de novas cobranças, uma vez que o estado repassou a BR-386 ao governo federal. O pedágio com a tarifa mais cara do país será extinto. Em Marques de Souza é cobrado, inexplicavelmente, o dobro do que nas outras praças de cobranças. A única a não comemorar é a administração municipal, que obtém do pedágio, importante, senão a principal fonte de renda orçamentária. Surge aí, um novo desafio para o prefeito a ser eleito: criar alternativas de renda e repor o déficit que se projeta.
   
   A atitude do governador é, portanto, um alívio para os bolsos de motoristas, que há 14 anos pagam fortunas por um serviço que não reverte em obras de relevância. As concessionárias exploram os pedágios sem investir em melhorias significativas nas estradas. É inegável que a sinalização e a conservação das estradas melhoraram. Mas, cadê os trevos, as duplicações, viadutos, rótulas? A resposta está no grande e justo motivo da revolta contra os pedágios.
   O desafio, a partir deste momento, é criar uma empresa pública responsável que estipule um valor condizente à necessidade de manter boas estradas e fazer obras viárias inadiáveis. Abrir as cancelas e simplesmente se deixar levar pela emoção de não pagar nada é no mínimo temerário. Não adianta eliminar as cobranças e voltarmos a ter rodovias malconservadas, cheias de buracos. Cobrar é necessário, mas o justo.
   A oportunidade do governo estadual é mostrar que a atitude não foi para jogar para a torcida, mas sim, parar com a mamata – como próprio governador associou – e usar o dinheiro arrecadado para reinvestir nos serviços públicos.

André Kieling assediado


   O presidente do Partido Verde (PV) de Lajeado, André Kieling é assediado diariamente por empresários e eleitores para substituir a candidata a prefeita, Juliana Baiocco, do mesmo partido. Ontem, confirmou à coluna de que há um “clamor” de amigos e eleitores pedindo sua candidatura. Kieling não descarta a possibilidade, mas até o momento os pedidos não sensibilizam o arquiteto, que garante apoio integral à candidata em campanha.
   Caso mudar a majoritária do PV, Ito Lanius, que ainda está filiado ao PMDB, se envolveria com mais intensidade na disputa, já que hoje está focado nos seus negócios. Lanius entende que a fidelidade mantida por Kieling enquanto era pré-candidato pela oposição, seria um dos motivos que o levariam a se engajar na campanha do PV. Lanius não seria o único empresário a apoiar e aplaudir a candidatura de André Kieling, que tem a simpatia e respeito dessa classe, sobretudo, por manter um discurso equânime desde o início das definições dos candidatos.
   Uma troca de candidato neste momento mudaria substancialmente os rumos da campanha. O crescimento previsto de Marcelo Caumo (PP), seria dificultado por Kieling, visto que seus dissidentes seriam muitos do Partido Progressista.

Recurso no TRE

   A juíza eleitoral Débora De Marchi indeferiu a candidatura à vereança de José Antônio Goergen, o “Toninho” (PT), de Santa Clara do Sul. Foi o único caso de negação emitido na 29ª zona eleitoral. Seus advogados Fábio Gisch e Stefani Bonfiglio encaminharam recurso no TRE, em Porto Alegre. Nova decisão judicial pode demorar, inclusive chegar apenas depois das eleições. Dessa forma, Toninho não está impedido de fazer campanha eleitoral nem mesmo de ser eleito no dia 7 de outubro.

quarta-feira, 25 de julho de 2012

À espera do debate


   Renovação é a palavra predominante no discurso das campanhas dos candidatos a prefeito de Lajeado.
Juliana Baiocco (PV), Luis Fernando Schmidt (PT) e Marcelo Caumo (PP) se mostram atentos ao clamor crescente da população, que parece incomodada com a falta de alternância no poder.
No sábado de manhã, dia 14, a rádio Independente começou o ciclo de debates com os candidatos à majoritária. Ofereceu uma excelente tribuna para que os oponentes – era para ser um debate – apresentassem suas ideias e programas de governo.
Tentei, ao longo de quase duas horas, anotar alguma proposta efetiva. Algo que representasse uma novidade e... nada.
Os candidatos foram tão diplomáticos que se esqueceram de apresentar seus programas de governo. Pior: sequer deixaram a impressão que há um programa.
Quando se referiram a algo parecido com um plano, foram superficiais em temas relevantes, como saneamento básico, trânsito e drogas. Nenhuma referência sobre inclusão, “apagão” de mão de obra, plano diretor e planejamento do crescimento do município.
Os eleitores da maior cidade do Vale do Taquari esperam muito do futuro prefeito. Querem – e têm o direito –    de conhecer o político que administrará o município de 71 mil habitantes e um orçamento anual que beira R$ 180 milhões.
   A renovação não é produto de perguntas vazias e respostas inócuas. Portanto, perdemos a primeira oportunidade de saber o que pensa e o que fará o futuro prefeito de Lajeado.

 Por falar no assunto...
O jornal A Hora se reúne, hoje, com candidatos à majoritária ou seus coordenadores de campanha para comunicar os métodos dos debates que a empresa faz a partir do dia 31. Serão dois encontros por semana até o início de outubro. Os eleitores conhecerão as propostas de candidatos a prefeito de 18 cidades com cobertura do jornal A Hora.

Desengavetando projeto das calçadas


Uma lei que determina as novas regulamentações nas calçadas de Lajeado é desengavetado na Administração de Lajeado, após dois anos. O secretário de Planejamento, Beto Fluck encaminha o material à prefeita Carmen Regina Cardoso nos próximos dias para posterior envio à câmara de vereadores.
Polêmica à vista. Entre as normas, está a aplicação de multas aos proprietários que não cuidarem e reformarem as calçadas de seus imóveis. Em toda a rua pavimentada, mesmo de terreno baldio, o passeio público será exigido pela administração municipal.
São antigas as queixas da comunidade devido ao precário estado das calçadas em dezenas de ruas lajedenses. Criar regras específicas vem ao encontro de uma necessidade indubitável. Mas apenas normas são insuficientes: aplicação e fiscalização é que determina seu resultado. Trata-se de um ônus político alto, que até hoje, a Administração de Lajeado não esteve disposta a encarar. O fim da legislatura atual pode contribuir para a criação das regras. Já o cumprimento depende do próximo prefeito.
Foto: Carine Krüger

sexta-feira, 13 de julho de 2012

Demóstenes é cassado. E os outros?


   Quando a maioria dos senadores brasileiros decidiu votar pela cassação de Demóstenes Torres, as redes sociais se tornaram plataformas de comemorações e desabafos. Nos jornais de hoje, o fato ocupa as principais páginas e expõe com mais destaque a falta de ética, a pilantragem e a sem-vergonhice que fez o senador ser expurgado do cargo. É, portanto, uma reposta ao clamor da população, que não suporta mais a corrupção desenfreada nas esferas públicas do país.


Torres é o segundo senador da história brasileira a perder o mandato por falcatruas. Sua saída deve ser festejada, mas sem ilusões.
As mazelas sociais e o grande desnível socioeconômico no Brasil têm entre suas origens fundamentais os desmandos e as picaretagens praticadas por nossos agentes políticos. Assim como Demóstenes, temos “sarneys, cachoeiras, magalhães, maluf’s” que permanecem lá, pagos com dinheiro público e criando caixas dois, contas no exterior e assim segue.
Desde ontem, o senador goiano deixa de receber R$ 48 mil mensais em benefícios e subsídios. Mais da metade do que achou o casal de moradores de rua em São Paulo, esta semana, que devolveu ao dono –  que havia sido assaltado – e virou manchete nacional. Eis um paradoxo. Porque este casal é tratado como herói? A honestidade explicitada não deveria ser prática comum de uma sociedade civilizada? Diante de tamanha roubalheira, safadeza e incoerências praticadas por nossos representantes públicos, apoiadas por grandes instituições privadas ligadas ao governo, o brasileiro associa a idoneidade e a retidão a um ato de heroísmo, ou então, ao idealismo, ilusão, sonho ou tolice.
Sanear a máquina pública é, portanto, tão necessário quanto criar sistemas de esgoto e saneamento eficientes em nossos municípios. Só assim poderemos pensar em extirpar ratazanas, baratas e outros agentes que disseminam entre nós as maiores de nossas doenças, aquelas de caráter social e econômico.
A eleição de outubro é oportunidade formidável para cotejar os contrassensos, avaliar as propostas de cada candidato e decidir por um futuro melhor. Faça sua parte!

Ciep merece atenção


Os acontecimentos registrados na Escola Santo Antônio, do bairro de mesmo nome, em Lajeado, merecem atenção das autoridades, em especial, da Coordenadoria Regional de Educação. A atitude desesperadora, sem deixar de ser irresponsável, do diretor Moisés Berté, ao ceder uma das salas de aula para uma família morar e vigiar a escola a noite convoca para reflexões e ações. Não é de hoje que alunos e professores trabalham sob ameaças e tensão.
O Santo Antônio é o bairro mais carente de Lajeado, com infraestrutura precária. Por isso mesmo, oferecer uma educação de qualidade aos mais de 450 alunos que frequentem o Ciep é o ponto de partida para construir uma comunidade melhor. As autoridades de segurança já acenaram com ajuda, fazem patrulhamento em volta, etc. Mas isso é insuficiente. O estado precisa intervir e oferecer segurança permanente aos alunos e corpo docente. Pasmem os extintores de incêndio estarem vazios e vencidos numa escola. Cadê a Coordenadoria de Educação para vistoriar?
Fazer reunião de uma tarde e decidir ações isoladas é importante, mas é insuficiente. É preciso encarar o problema para estas ações não se tornarem fogo de palha.

De olho nas vagas


A disputa pelas 349 cadeiras no Legislativo do Vale será acirrada, sobretudo nas cidades menores. Coqueiro Baixo tem o maior índice de candidatos por eleitor: um concorrente a cada 54,5 votantes, enquanto em Lajeado, tem um candidato a cada 393 eleitores.
Também chama atenção o aumento exponencial do número de pretendentes em Lajeado: 135 ante 89 há quatro anos. Resta saber se a vontade de mudar o estilo de conduzir o Legislativo dos municípios ou os altos subsídios – exagerados na maioria – atraem tantos aos “cochos” das câmaras. A resposta só a partir de 2013.
Nas páginas 4, 5 e 6 estão listados os nomes dos candidatos a vereador das 18 cidades onde o A Hora tem circulação expressiva.

sexta-feira, 6 de julho de 2012

CDL - Referente ao Post: A Cidade ainda Comporta?


Oi Fernando! Encaminho a opinião da CDL Lajeado:

“Aproveitamos o seu tópico na página 3 da última edição - “A cidade ainda comporta?” – para manifestar a opinião da CDL Lajeado. A entidade tem a missão de representar os interesses legítimos do comércio e disponibilizar meios para fortalecer e desenvolver os associados. Por esse motivo entende que numa cidade que se diz “capital do Vale do Taquari” não cabe fechar as ruas centrais para a realização de eventos.

O fechamento da Rua Júlio de Castilhos prejudica fortemente o comércio ali estabelecido. E tal permissão impacta diretamente nos negócios das empresas deste setor, o qual é de fundamental importância para a economia do município - representa 48% do Índice do Valor Adicionado (VAF) e 27% da mão de obra empregada de Lajeado (fonte Prefeitura).

Assim como no ano passado, o nosso posicionamento foi reforçado em correspondência para a Administração Municipal, que programa para um sábado o Desfile Cívico. Em 2011 o Desfile Cívico foi realizado no sábado, dia 3 de setembro, à tarde, e em 2012 será realizado dia 1º de setembro, novamente um sábado à tarde. A data é totalmente imprópria para o setor, pois é o primeiro sábado do mês e o que representa o maior faturamento para as empresas do comércio. 

Nossa opinião é que o Parque Professor Theobaldo Dick é o local ideal para realizar eventos de todos os tipos, com capacidade para trânsito de milhares de pessoas com segurança.”

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Simone Rockenbach Kamphorst
Jornalista 

A Cidade ainda Comporta?


   Lajeado tem mais de 70 mil habitantes. Possui um dos maiores índices de carros per capita do estado. Há um para cada 1,6 pessoa. Sem contar as de outros municípios, que vem trabalhar ou passear na cidade. Fizemos o apanhado para refletir sobre eventos, indiferente da organização ou finalidade, que exigem trancar ruas e desviar o trânsito.
   Nada contra programações educacionais, religiosas, ambientais, esportivas, mas fechar parte da rua Júlio de Castilhos em horário de maior movimento, como ontem, precisa ser analisado. Uma cidade do tamanho de Lajeado, que já possui um trânsito todo confuso e caótico, não pode permitir eventos no meio da rua, numa quarta-feira, por volta das 19h. Ou pode?
   Ouvir os motoristas que vão para casa, às universidades ou para o trabalho nas ruas paralelas a estes eventos será um parâmetro inicial para planejar os próximos.

quinta-feira, 5 de julho de 2012

Atraso confirmado


  
 É inaceitável o imbróglio entre Funai e Dnit se estender por tanto tempo. No início da obra de duplicação da BR-386, autorizada na pomposa teleconferência do presidente Lula, em 2010, sabia-se do impasse existente para realocar as 20 famílias indígenas que vivem à beira da rodovia, em Estrela.
   Quase dois anos depois, o diretor da empresa Conpasul, Nilto Scapin – uma das responsáveis pela duplicação – anuncia que o término atrasará pelo menos um ano devido à não liberação dos nove quilômetros restantes. A previsão de haver acesso duplicado à região metropolitana até outubro de 2013 não se concretiza mais.  Notícia trágica diante de estatísticas de acidentes fatais que acontecem quase toda semana naquele trecho, considerado um dos mais perigosos de toda a BR-386.
   A pressão sobre as autoridades, movida em especial pela Câmara de Indústria e Comércio do Vale do Taquari, se justifica à medida que os temores se tornam fatos. Há poucos meses, grupo de empresários e líderes regionais, liderados pelo presidente da CIC-VT, Ardêmio Heineck, colocaram a “boca no trombone”, exigindo solução do Dnit e da Funai. Na época, criou-se um atrito entre a comissão pró-duplicação e a entidade, face à disputa de beleza, explícita em acontecimentos de relevância estadual e nacional. Os mais acomodados consideram exagero a pressão, pediram calma e disseram que a obra acabaria dentro do prazo. Lorota!
   Agora está aí. Aconteceu o que, para o povo brasileiro não é novidade: a burocracia e o empurra-empurra de responsabilidades, adiando soluções de problemas que se estendem há tempo.
   Pelo cenário exposto, é preciso aliar-se aos inquietos empresários que compõem a CIC e continuar no encalço de quem decide. Doze mortes por ano são o suficiente para sairmos da inércia e do conformismo. Está na hora de se mexer!

As cooperativas cada vez mais fortes


   A ONU escolheu 2012 como o ano internacional das cooperativas. Em alusão ao reconhecimento e ao Dia Internacional do Cooperativismo, festejado no dia 7 de julho, o jornal A Hora edita um caderno especial: CooNotícias.
   Ele está encartado na edição do fim de semana e contará a história do associativismo na região, o avanço das instituições locais e sua relevância para o desenvolvimento regional. A publicação comprova que o trauma deixado pela Coopave, falida no início da década de 70, se dissipa e conquista espaço cada vez maior em cada recanto do Vale.
   Dos 329 mil habitantes do Vale do Taquari, 200 mil estão ligados a uma das nove cooperativas estruturadas na região. Sua força é evidenciada por meio da energia elétrica, da produção de alimentos, do sistema financeiro e dos planos de saúde e tecnologia. Vale a pena conferir no fim de semana!