Foto: Carine Krüger |
Passaram dois dias da brutal morte de um apenado no presídio estadual de Lajeado. Resultado do descaso. Tornar a escrever sobre o assunto pode até parecer “chover no molhado”. Contudo, a gravidade e amplitude do fato nos forçam a reflexões.
Os motivos da morte, mesmo cercada de suposições, são efetivamente desconhecidos. O que se pode afirmar com precisão é que não há mais condições humanas dentro das celas. Dizer que a penitenciária está superlotada é repetir o que todos sabemos. Agora, deixar de comentar a escochapante situação seria aceitar os fatos. Basta a inércia e omissão do estado e da união nos últimos anos.
Causa estranheza o pouco destaque que o assunto recebeu da mídia regional e estadual. Afinal, é o primeiro registro (oficializado) de assassinato ocorrido dentro do presídio. Haviam naquela cela, 17 homens amontoados, sem condições mínimas de ressocialização. A sala foi construída para seis.
Quando ouvimos os agentes penitenciários e os chefes de segurança da região implorarem por novo presídio, a imprensa aparece como aliado importante para fortalecer as cobranças ao estado e união.
Frente ao descalabro ocorrido na madrugada de terça-feira, reforça-se a necessidade de ser construída uma nova penitenciária. No entanto, o descrédito sobre a possibilidade, aumenta a medida que falta uniformidade nos discursos das autoridades locais e estaduais. Isso nos força a concluir que os índios estão longe de serem os únicos entraves para Lajeado receber um novo presídio nos próximos meses.
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