O anúncio do adiamento da Agroind abre 2013 pelo avesso. Que rasteira no projeto criado para ser esteio da principal fonte econômica regional: o agronegócio.
Transferir a feira é regredir e reconhecer nossa inoperância e desarticulação política. Desde que a informação foi publicada, há cerca de duas semanas, estamos quietos, conformados, encolhidos. Ardêmio Heineck, presidente da CIC-VT, tenta mobilizar e articular a iniciativa privada, mas é pouco. “Uma andorinha não faz verão”.
A AgroInd Familiar é vitrine nacional. Abro um parênteses para me arriscar a dizer que, mesmo incipiente, já se trata da principal feira para o Vale: tem foco definido, público estratégico, mercado garantido e muito espaço para evoluir. Mas isso não basta para o estado e a União entenderem que o desenvolvimento da região está atrelado à produção de alimentos.
Um velho problema remonta-se sobre o tema. Falta força e articulação política para o Vale. Nosso único deputado federal, que poderia intermediar reuniões em Brasília, mobilizar prefeitos regionais e as bancadas gaúchas na câmara, prefere disputar cargos na administração de Lajeado. Enio Bacci parece mais preocupado em acomodar amigos e fortalecer o PDT do que levantar uma bandeira de interesse da região. Na Assembleia Gaúcha estamos órfãos por completo.
Das entidades locais, as da iniciativa privada ensaiam movimentos, mas esbarram na inércia das públicas. A Amvat há horas não se envolve nas questões candentes. A ignorância do estado e da União com a Agroind não é suficiente – mas deveria – para incomodar prefeitos, sobretudo dos municípios onde a economia é sustentada pela agricultura familiar.
Estão aí, mais uma vez, expostas nossas fragilidades políticas, que muitos insistem em ignorar e esconder. O Vale do Taquari é menor do que poderia ser por essas resistências e limitações articulistas. A AgroInd é a prova.
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