quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Diminuindo o impacto

   Na mesma intensidade com que o governo federal entusiasmou o povo brasileiro ao anunciar redução de 16% na conta da energia elétrica, desanima quando aplica 7% de aumento no preço da gasolina. 
   A economia prevista com a diminuição dos gastos com energia vai para o ralo com o acréscimo no preço do combustível. A confirmação de aumento será dada pelo governo na próxima semana.    Argumentos e alegações serão carregadas para tentar justificar o acréscimo, coincidentemente, na mesma semana em que a presidente Dilma Rousseff autorizou redução nas contas de luz.    De início parecem ser manobras políticas, em que o governo tenta equilibrar o impacto negativo de um reajuste exclusivo no combustível. Não se pode esquecer que o valor da energia precisava baixar porque houve aumento real de 80% entre os anos de 2005 e 2012.      A diferença é que isso não é alardeado. 

Nova tentativa para casa própria

   O vereador Sérgio Kniphof (PT) soma-se a lista de presidentes do Legislativo lajeadense com intenção de construir sede própria para a câmara. A precariedade e descompasso das instalações no Genes Work & Shop aliada aos R$ 7,3 mil mensais pagos em aluguel são justificativas plausíveis para a iniciativa. 
   Não bastante, o aumento do número de vereadores (questionáveis) e por consequência, o de assessores (exagerados), lotou os espaços alugados, insuficientes para abrigar mais de 50 pessoas, sem contar os visitantes. Kniphof antecipa gasto mínimo na construção da sede e descarta o projeto “babilônico” de quatro andares, com vários auditórios, garagens, etc, apresentado por presidentes na legislatura passada.   Palmas ao presidente por ser mais comedido e realista diante de tantas outras prioridades candentes do município. Ocupar a praça Mário Lampert, que virou reduto de vândalos e usuários de drogas nos últimos anos, é outro acerto, visto que foram investidos R$ 30 mil na criação do projeto para sede nova em 2006 para aquele local. Agora, resta saber se o discurso sairá do papel ou será mais um gestão a ficar na tentativa. 

Justiça libera área da escola técnica

   O imbróglio que travava a liberação da área destinada para a futura Escola Técnica Federal foi resolvido nos útimos dias. O terreno estava penhorado por um credor do Esporte Clube Olarias, que cobrava indenização por ter sido agredido no local. 
   Com o aval da Justiça, o prefeito Luís Fernando Schmidt pode ceder a área ao instituto e as obras, finalmente, começarão. A escola terá capacidade de atender 2,1 mil alunos e será fundamental para qualificar a mão de obra regional. 

Tiro no pé

   Foi no mínimo surpreendente o discurso do vereador Mozart Lopes (PP) na sessão ordinária dessa terça-feira, ao assumir o lugar de Lorival Silveira (PP). Agora na oposição, admitiu que o trânsito de Lajeado está caótico, com carros demais e infraestrutura de menos. 
   Mozart está certo, mas não teve tal interpretação durante os últimos anos em que foi homem forte no governo da prefeita Carmem Regina. Reconheceu mudanças inúteis feitas no seu mandato como secretário de Obras e pediu paciência com o secretário Adi Cerutti. 
   Com certeza não era isso que a sociedade lajeadense esperava depois de tanta insistência e discursos  inflamados de Mozart. Para as necessidades e urgências de Lajeado, não há tempo para paciência, muito menos protelar soluções inadiáveis. 

Aliás

   Por falar em governos anteriores, é irritante e vergonhoso o estado calamitoso com que prefeitos entregaram as chaves das prefeituras para seus sucessores. Salários atrasados, máquinas sucateadas, dívidas acumuladas e falta de crédito. 
   O A Hora faz um levantamento em todos os municípios do Vale do Taquari sobre a situação financeira e estado dos equipamentos recebidos pelo prefeito. A reportagem será publicada nas próximas edições. 
   A disparidade entre administrações públicas é flagrante e expõe verdadeiras desgraças Brasil afora. É vital que o Ministério Público atue com mais rigidez, deflagre os administradores incompetentes e irresponsáveis, que administram o dinheiro público com desdém e jogo partidário. 

Prometeu e cumpriu: como isso é raro!

Vereadores de Lajeado contratam mais assessores e somam 42, ao contrário do que muitos deles prometeram na campanha eleitoral. O custo total nos próximos quatro anos passa de abusivos R$ 5 milhões.
   Atitude do deputado federal mais bem votado no Brasil, José Antônio Reguffe (PDT-DF), é digna de reconhecimento. Fez no primeiro dia o que prometera na campanha. Abriu mão dos salários extras (14º  e 15º) que os parlamentares recebem, diminuiu de 25 para nove o número de assessores, reduziu em mais de 80% a cota interna do gabinete e recusou o vale- -moradia e as passagens aéreas disponíveis aos parlamentares. Justificativa: “Quero provar que é possível exercer o mandato parlamentar gastando bem menos e desperdiçando menos dinheiro dos cofres públicos ... é importante a existência de  um Legislativo forte. Mas as casas legislativas no Brasil são muito gordas e deveriam ser bem mais enxutas.” O exemplo se choca com as alegações inócuas da maioria dos senadores, deputados e vereadores, de que é necessário um “caminhão” de assessores e incontáveis benefícios para conseguirem desenvolver seus trabalhos. Trazemos o fato para a realidade regional e aterrissamos na câmara de Lajeado,  onde os 15 vereadores provocam um “rombo” nos cofres do município. R$ 5 MILHÕES só em assessores nos próximos quatro anos. Nem contamos as despesas com telefone, subsídios mensais e outras  benesses. Por mais que tentem argumentar, inclusive atacando a imprensa por cobrar economia, os vereadores ignoram a sociedade. Muitos deles chegaram ao poder com a promessa  de reduzir os gastos e profissionalizar a gestão. Duas semanas foram suficientes para fracassarem. Na primeira oportunidade para diminuir o número de assessores, fizeram o contrário. Votaram por  mais. O dinheiro público, que vai pelo ralo na câmara, deveria estar aplicado na educação (déficit de quase 500 vagas nas creches), na habitação (famílias que sequer têm banheiros e moram à beira dos  rios), na segurança (assaltos e homicídios aumentam todos os dias), na saúde (pessoas mendigam por atendimento nos postos), na infraestrutura (faltam abrigos de ônibus para trabalhadores) e por aí  vai. Mesmo que os parlamentares inflamem seus discursos a favor da comunidade, os fatos mostram que caminham na contramão. Aliás, a função deles não é pedir luminárias, troca de canos,  patrolamento de ruas. Em Lajeado, a maioria manda os assessores percorrerem a cidade anotando pedidos por serviços básicos para contentar o eleitorado e se perpetuar nos cargos. Elaboração de  novos projetos e fiscalização das ações públicas não são prioridade. Estamos no início do novo mandato. Quem sabe o exemplo do deputado Reguffe, de Brasília, se multiplique e ganhe discípulos pela região. A política está carente de  eleitos que cumpram o prometido. 

Cuidado, buracos!

   A troca de postes de luz no centro de Lajeado, feita pela AES Sul em novembro, danificou boa parte das calçadas na rua Júlio de Castilhos. Quase dois meses depois da conclusão da obra, comerciantes e pedestres reclamam da demora para arrumar as calçadas. Ontem à tarde, enquanto o colega Ricardo de Moraes fotografava os locais, usuários pediam providências. Tânia Antunes, 56, parou para falar com a coluna: é bom colocar no jornal mesmo. Ontem (terça-feira), tropecei nas lajes quebradas e quase caí. Isso é um desrespeito”. O trajeto para os deficientes visuais, que já estava comprometido  porque os postes obstruem as vias, ficou pior. Se o serviço de refazer as calçadas não compete à administração municipal, é dela o compromisso de cobrar agilidade dos responsáveis. Aliás, o problema  das calçadas de Lajeado é caso para ser estudado e planejado com mais apreço. 

Valores invertidos

   A imprensa regional tratou o comparecimento integral de Luís Fernando Schmidt às sessões da Assembleia, em 2012, com exagerado destaque. Como se fosse heroico participar de todas as reuniões. A  assiduidade de Schmidt pode ser enaltecida diante da ausência demasiada de seus colegas. No entanto, o ex-deputado, ao participar de todas as reuniões, cumpriu com seu papel, a exemplo dos  trabalhadores comuns, que também comparecem todos os dias aos seus trabalhos. Nada mais!

segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

Desarticulação compromete a AgroInd

   O anúncio do adiamento da Agroind abre 2013 pelo avesso. Que rasteira no projeto criado para ser esteio da principal fonte econômica regional: o agronegócio.
   Transferir a feira é regredir e reconhecer nossa inoperância e desarticulação política. Desde que a informação foi publicada, há cerca de duas semanas, estamos quietos, conformados, encolhidos. Ardêmio Heineck, presidente da CIC-VT, tenta mobilizar e articular a iniciativa privada, mas é pouco. “Uma andorinha não faz verão”. 
   A AgroInd Familiar é vitrine nacional. Abro um parênteses para me arriscar a dizer que, mesmo incipiente, já se trata da principal feira para o Vale: tem foco definido, público estratégico, mercado garantido e muito espaço para evoluir. Mas isso não basta para o estado e a União entenderem que o desenvolvimento da região está atrelado à produção de alimentos. 
   Um velho problema remonta-se sobre o tema. Falta força e articulação política para o Vale.    Nosso único deputado federal, que poderia intermediar reuniões em Brasília, mobilizar prefeitos regionais e as bancadas gaúchas na câmara, prefere disputar cargos na administração de Lajeado. Enio Bacci parece mais preocupado em acomodar amigos e fortalecer o PDT do que levantar uma bandeira de interesse da região. Na Assembleia Gaúcha estamos órfãos por completo.
   Das entidades locais, as da iniciativa privada ensaiam movimentos, mas esbarram na inércia das públicas. A Amvat há horas não se envolve nas questões candentes. A ignorância do estado e da União com a Agroind não é suficiente – mas deveria – para incomodar prefeitos, sobretudo dos municípios onde a economia é sustentada pela agricultura familiar.
   Estão aí, mais uma vez, expostas nossas fragilidades políticas, que muitos insistem em ignorar e esconder. O Vale do Taquari é menor do que poderia ser por essas resistências e limitações articulistas. A AgroInd é a prova.

Empossados para ganhar férias

   Que absurdo! Os vereadores de Arroio do Meio foram empossados na segunda-feira, 31. Juraram honrar os seus eleitores, agradeceram pela confiança, prometeram muito trabalho e pronto. Entraram em férias por dois meses. Cada um dos 11 eleitos ganha R$ 3.734,92 para ficar em casa, salvo o prefeito Sidinei Eckert convoque uma sessão extraordinária. Em Estrela, as férias serão de um mês, concedidas duas semanas depois da posse.
   Um luxo que só consegue quem faz suas próprias regras. A bancarrota seria o provável destino de um empresário que contratasse 11 funcionários e concedesse férias por 60 dias sem fazerem nada. Depois, os municípios não têm dinheiro e a culpa é do FPM, da estiagem, do dólar. Quanta incoerência.

Expectativa

   A direção da Uambla está na expectativa para retomar a cobrança do estacionamento rotativo nas principais ruas da cidade, impedida desde ontem a tarde. O contrato com a administração de Lajeado espirou no último dia 31. O prefeito Schmidt deve mandar novo projeto à câmara, que tem sessão hoje.

Disputa estapafúrdia por cargos

   Acordos entre os partidos durante a campanha eleitoral definem os cargos a serem assumidos nos governos. O velho jargão: “toma lá da cá”. São combinações de praxe que acompanham a classe. Não  poucas vezes, essas alianças se rompem, antes mesmo de assumirem os devidos postos. Em Lajeado, a incompatibilidade entre cargos e quantidade está isível e atrapalha o prefeito eleito Luis Fernando  Schmidt antes de começar o governo. O deputado Federal Enio Bacci (PDT) um dos líderes da chapa eleita – que discursou em comícios, falou em programas de rádio e televisão, visitou famílias, articulou militantes, etc – ameaça romper o acordo porque não conseguiu cargos suficientes para seu partido. Então me pergunto: qual o motivo e a estratégia que levaram Bacci a falar que Schmidt era o melhor  para Lajeado, se dois meses depois de eleito, já o critica, condena? Não receber cargos é justificativa para largar o projeto coletivo? Onde ficam as promessas que assumiu ao lado dos vencedores? A  resposta a essas perguntas resumem-se numa palavra: incoerência. Engana-se quem pensa que só o PDT é predador. Salva-se pouco – para não generalizar – partido que não é movido a isso. A falta de  conduta e descarada malandragem fazem da política um covil de aproveitadores e mantêm nossos governos inertes e pirrônicos. Por essas discrepâncias que amarguramos pífios índices de ensino, saúde,  segurança e em especial desenvolvimento. Só para lembrar: da quase dezena de partidos que ganhou as eleições ao lado de Schmidt e Vilsinho, o PTB de Antônio Scheffer há horas não fala a mesma língua.     Alguém imagina o motivo?
Bacci e Schmidt traçaram metas antes da campanha, definiram estratégias e venceram. Dois meses depois das eleições muda o discurso
Foto: Rodrigo Martini/Arquivo

Prefeito inaugura obra inacabada

   O prefeito entregará a chave da prefeitura com três inaugurações de obras. O problema é que uma delas não está pronta. O asfaltamento da ERS-130, em Bom Fim, Cruzeiro do Sul, prevê três quilômetros de pavimentação, dos quais dois estão concluídos. Mesmo assim, Rudimar Muller (PT) cortará a fita do trecho que está concluído. Cabe ao futuro prefeito, Leandro Marmitt (PP), o “Dingola”,  buscar dinheiro para cumprir a promessa do trecho restante.

Secretaria da Mulher em Estrela

   A criação da Secretaria da Segurança não é a única inovação do prefeito eleito de Estrela, Rafael Mallmann. Além da pasta que será assumida pelo vereador Cristiano Nogueira da Rosa, Mallmann  pretende anunciar a Secretaria da Mulher, em março, aproveitando as comemorações do Dia Internacional, comemorado no dia 8. Se consolidar, será a primeira secretaria específica no Vale do Taquari.  As justificativas para a decisão estão sendo montadas pelos eleitos, mas o fortalecimento feminino na política deve estar entre os motivos.