A definição de agredir, no novo dicionário Houaiss, página 71, é atacar alguém por atos ou palavras que ofendam sua pessoa física ou moral, dirigir ofensas ou injúrias.
Valho-me do verbo para associar às pesquisas que são empurradas “goela abaixo” do eleitor. É antidemocrático, imoral e, sobretudo, é demais o que está ocorrendo na última semana de campanha eleitoral. Em cada eleição municipal, os últimos dias provocam ações e movimentos mais agudos. Em boa parte, beira o descontrole. As pesquisas são a prova mais eloquente.
Para muitos candidatos viraram armas exclusivas. Abandonam os projetos e partem para o ataque. O ápice de uma sociedade democrática – a eleição – é maculado por um confronto descontrolado e inconsequente. A todo custo, tentam conquistar o voto mostrando desempenho em pesquisas eleitorais. Nos meios de comunicação, entre eles o jornal A Hora (e nesta edição tem de novo) coligações publicam pesquisas com resultados diferentes no mesmo dia. Impossível se concluir algo.
São tantos números e argumentos, que em vez de auxiliar na definição dos votos, confundem e desacreditam ainda mais os eleitores. Nunca fui entrevistado por instituto nenhum e só conheço meia dúzia que foi. Não acredito muito em pesquisa eleitoral e penso que beneficiam e prejudicam os candidatos ao mesmo tempo, e conduzem o pleito eleitoral de forma injusta. É preferível usar os espaços e materiais publicitários para sustentarem projetos e planos sobre as dezenas de carências que afligem a sociedade. Tentar convencer por desempenho em pesquisa é agredir o eleitor.
Em meio a esse bombardeio de tabelas mostrando intenção de voto e desempenho de cada concorrente o eleitor se sente ludibriado, manipulado. Sofre pressão de todos os ângulos, onde cada coligação tenta justificar o resultado. Em vão!
Comparo a disputa nas pesquisas como os jornais disputam pelos furos de reportagem. Afinal, quais são os benefícios? Em jornal, é mais coerente e sensato publicar uma notícia completa, bem apurada e baseada na verdade, do que dar um simples furo só para ser o primeiro a publicar. Nesta campanha eleitoral, antes de se preocupar em explicar e publicar pesquisas, não seria mais rentável defenderem suas candidaturas, dizer o porquê, o que e como querem e administrar o dinheiro público e melhorar a sociedade?
O mais curioso é que só no Brasil as pesquisas são levadas a sério, ainda. Na eleição americana, por exemplo, poucos eleitores ligam para elas. Lá interessa o que os candidatos têm a dizer, se manterão os EUA no topo do mundo. Eu insisto de que pesquisas não contribuem e, você leitor, o que acha?
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