quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Central fadada ao descrédito


   É um drama - quase uma tragédia - o que ocorre com a Central. Lajeado tinha até 2011 uma das mais conceituadas clínicas de recuperação e tratamento de dependentes de alcoolismo do estado e até mesmo do país. Tinha. Bastou uma imposição constitucional do Ministério Público (MP), da Vigilância Sanitária e trocar a diretoria para desencadear um escândalo vexatório. O presidente e fundador da clínica Roque Lopes foi afastado. Em sua saída, deixou uma quantia superior a R$ 200 mil nos cofres. Agora, o caixa está zerado e se fala em desvio de R$ 99 mil nos últimos nove meses. Não há dinheiro para pagar o 13º salário dos funcionários.
   Desde o início do ano, voluntários e ex-internos tentam convencer autoridades, sobretudo o MP, a tomar providências e trancar a sangria no caixa da instituição. As acusações contra o presidente Adagildo Brizola vão além de corrupção. Assédios moral e sexual também são apontados.
   Menos de um ano após a troca de comando, a Central está sob ameaça e fadada ao descrédito. A instituição, que recebe todo mês, dinheiro público – só de Lajeado são R$ 22 mil – é usada para trampolins e manobras ilegais. A relevância da clínica para Lajeado e região é argumento suficiente para esclarecer tudo e logo. A sociedade e os associados voluntários, que por vários anos contribuíram com dinheiro para viabilizar o funcionamento, têm o direito de saber o que ocorre. As autoridades públicas, também pagas com dinheiro público, têm a obrigação de expor os fatos e mostrar transparência. A primeira ação foi ontem, quando o promotor Sérgio Diefenbach moveu uma ação à Justiça, pedindo o afastamento definitivo do presidente. O passo inicial para a reorganização da entidade foi dado.

Nenhum comentário:

Postar um comentário