terça-feira, 21 de agosto de 2012

O segundo pior do país


   A educação é o termômetro que mede a capacidade de desenvolvimento e crescimento da sociedade. O Brasil sonha em se destacar como potência global. Quer aproveitar a emergente situação econômica e os embrionários avanços de inclusão social dos últimos anos para ser reconhecido. 
   Nessa terça-feira, o Ministério da Educação (MEC) divulgou o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb). Os resultados deixam o Rio Grande do Sul em alerta. Mais uma vez, o estado gaúcho figura entre os de pior desempenho no Ensino Fundamental e Médio da rede pública. Ganha apenas de Alagoas. No sul do Brasil, o RS é o único travado. Santa Catarina está em primeiro lugar, com desempenho acima do previsto, enquanto Paraná aparece em quarto lugar na média geral. Os resultados comprovam a gravidade e a necessidade imediata de repensar o ensino gaúcho e definir investimentos e estratégias que corrijam os problemas.
   Somam-se a esse novo desempenho insatisfatório, estatísticas recentes que nos colocam como o estado de maior índice de reprovação do Ensino Médio de todo o país e entre o seleto grupo de governos que não paga o piso nacional do Magistério. Justificativas ocas prevalecem nos discursos dos governantes e líderes educacionais desde ontem, quando o assunto foi para a imprensa. As alegações culpam gestões passadas por investirem pouco.
   O problema é que nos últimos anos, as discussões educacionais no estado se resumem a greves e passeatas. A pedagogia, o aperfeiçoamento teórico e prático, um novo modelo de ensino, são preteridos por brigas entre o Cpers e governo. Na sala de aula, a rebeldia dos alunos e a ausência dos pais são desculpas dos professores devido ao fracasso. 
   Por mais que todos procurem culpados e propagam discursos inflamados, é oportuno repetir que somos os líderes em pagamento de impostos e que ainda temos os pedágios mais caros do país. Assumir nossa fragilidade educacional e definir estratégias para corrigir os problemas são soluções. O resto, é desculpa ou promessa. Até porque, estamos cansados de ouvir dos políticos “educação em primeiro lugar” e termos esses desempenhos.

Mudança de opinião


   A falta de seriedade mancha as campanhas eleitorais e compromete as futuras gestões. Impressiona a rapidez com que alguns candidatos mudam de opinião neste período. Um exemplo é o vereador Antonio Scheffer (PTB) de Lajeado. Em novembro de 2011, foi incisivo e crítico ao reprovar o projeto que dava 8% de livre movimentação do orçamento total ao prefeito em 2013. Nove meses depois, muda de ideia e diz que é a favor da porcentagem que dá mais autonomia ao prefeito. E garante que a partir de agora aprova todos os projetos que serão enviados pelo Executivo.
   É no mínimo estranha e duvidosa a postura do vereador, que até aqui tentou propagar uma postura crítica e coerente.
   Na semana passada, escrevemos que as eleições misturam a emoção e razão, permitindo variadas interpretações sobre tudo que circunda o pleito. Este é mais um desses fatos que o leitor/eleitor pode tirar suas conclusões.
   Quem sabe, estão aí mais explicações para os pífios resultados do nosso sistema educacional.

quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Eleitores e imprensa precisam estar atentos


   As eleições provocam as mais variadas reações e interpretações dos eleitores e candidatos. Mistura-se a emoção com a razão e a iminente possibilidade de alcançar o poder. Na maioria das vezes, isto é perigoso.
   A prevenção força uma necessária interpretação e olhar crítico sobre tudo que está ao nosso redor nos próximos dois meses.
   No domingo, um vereador e candidato à reeleição de Lajeado teve sua casa alvejada por oito tiros de revólver calibre 38. O fato foi registrado na polícia, que segue com as investigações. Esperamos os resultados.
   Há poucos meses, outro candidato foi assaltado, feito refém, amarrado no mato e teve o carro incendiado. As investigações seguem. Chama a atenção a recorrência de fatos dessa natureza nesta época do ano.
   Mas, não é só agora. Durante a campanha eleitoral há oito anos, um dos candidatos a prefeito de Lajeado registrou na polícia que teria sido assaltado. Tempo depois se descobriu que era armação para ganhar mídia e apelo para sensibilizar os eleitores.
   A relação dos casos recentes, como aquele de oito anos, não comprova ou assemelha as situações. Aliás, seria leviano e injusto fazer tais comparações e acusações. Isto é papel da polícia.
   A observação deste colunista é apenas para alertar a sociedade e a imprensa sobre os reais destaques que determinados temas merecem. Os desdobramentos e formas como sucedem-se os fatos abrem brechas para desconfiança e sensacionalismo. A polícia inclusive não descarta motivações políticas nos dois casos, envolvendo vereadores lajeadenses.

Prefeito e vice de Progresso


   Olhares atravessados e acusações pessoais marcam o encontro entre os dois candidatos a prefeito de Progresso. Nessa terça-feira, mesmo com todas as animosidades, compareceram ao debate eleitoral promovido pelo jornal A Hora. Salvo resvaladas, apresentam projetos e permitem aos eleitores do município, analisar e interpretar as melhores propostas de governo a partir de 2013. Ao contrário de outros concorrentes à majoritária do Vale, Edegar Cerbaro (atual prefeito) e Luis Fernando Dalcin (atual vice-prefeito), com a relação estremecida por uma série de desencontros nos últimos anos, enfrentam os debates e assumem compromissos públicos.
   O resultado está nas páginas 10 e 11, nas quais o eleitor tem um documento daquilo que pode esperar de seu futuro prefeito e cobrar a efetivação das promessas. Debate nada mais é do que dizer ao povo o que pensa, acredita e quer fazer com o dinheiro público. Quem se nega a participar, foge do compromisso que a democracia faculta.

Fim dos Democratas


   A intervenção do DEM nacional na aliança entre o partido e o PT, em Lajeado, pôs fim à existência do Democratas no município. O ex-deputado Marquinho Lang é o primeiro a abandonar a sigla. Os demais integrantes sairão de maneira gradativa, até o fim das eleições. Recém filiados, como o ex-progressista Waldir Blau, também estão descontentes com a intervenção.
   Para o deputado Onyx Lorenzoni, um acordo com candidatos do PT à prefeitura é incompatível com a ideologia defendida pelo DEM. Lang afirma que a executiva estadual tem algo contra Lajeado, mas se nega a falar o quê. Entretanto, aponta uma incoerência: em Torres, o mesmo DEM apoia a candidata à prefeitura, Nilvia Pereira, do PT.
   Depois dessas confusões, qual é a credibilidade que os partidos é os políticos conseguem
transimitr aos seus eleitores?

Vales do Taquari e Rio Pardo juntos

   A Câmara de Indústria e Comércio do Vale do Taquari (CIC-VT) ganha, amanhã, a adesão da Câmara de Comércio, Indústria e Serviços de Venâncio Aires, a Caciva. Um fato marcante diante de um histórico de barreiras e distanciamento entre os vales Taquari e Rio Pardo. A união das entidades representa acréscimo importante na força política e estratégica regional.    As bandeiras erguidas pela CIC-VT desde 2005, quando foi criada, são os motivos da coalizão das instituições. Liderada por Ardêmio Heineck, a câmara do Vale tem sido intermediadora entre a região, o estado e instituições comerciais e industriais, como Fiergs, Federasul e outros, para atrair investimentos, conquistar obras e desenvolver o potencial econômico. A assinatura da junção das duas entidades ocorre às 16h  na sede da Caciva.

Candidatos fogem do compromisso


   Debates eleitorais, em rádio, jornal ou televisão são oportunidades para candidatos detalharem projetos e planos de governo (que nem sempre existem). Aos eleitores, são fer­ramentas para conhecer melhor seus representantes e interpretar as ideias. É o momento de perceber se o candidato deixa de lado os projetos pessoais, partidários e ideológicos para pensar no desenvolvimento coletivo.
   O jornal A Hora começou sua série de encontros com candi­datos nessa terça-feira. Dolo­res Kunzler (PP) e Elir Sartori (PMDB), candidatos a prefeito de Sério, eram os primeiros a expor seus projetos. Apenas um compareceu.
   Sartori, entre uma série de desculpas e justificativas, alegou enfermidade de sua mulher, e que teria de acompanhá-la em consulta médica. Sua ausência comprometeu a essên­cia do debate, mas não impossibilitou que Dolores Kunzler apresentasse suas prioridades de governo, mesmo que superficiais. (veja na página 11).
   Os eleitores de Sério não tem a oportunidade de cotejar as propostas dos dois concorrentes. A lamentá­vel decisão de rejeitar um debate eleitoral provoca um entendimento de fuga e de medo em assumir compro­missos diante da população.
    A fuga não se resume ao candidato de Sério. Esta se­mana, Ricardo Kich (PP) e Larry Röhrig (PT), de Marques de Souza, acordaram na Justiça que não participarão de nenhum debate, indiferentemente do veículo de comuni­cação. É a forma, segundo eles, de evitarem “confrontos pessoais e picuinhas”. Ao relacionarem debate a este tipo de confronto, se esquecem que o teor de um embate de ideias depende dos autores. Quem tem propostas específi­cas e concretas não precisa atacar o concorrente ou se ater a questões partidárias.
   Mesmo com a rejeição inicial de meia dúzia de candi­datos, o jornal A Hora e os demais veículos de comunica­ção continuam apostando nos debates como ferramenta democrática importante nesta campanha eleitoral. A população tem direito de conhecer com clareza e precisão o que pensam e querem os futuros administradores de suas cidades. As promessas publicadas na imprensa servem de documento para que todos, durante o mandato dos eleitos, possam acompanhar o seu cumprimento.

Acordo esdrúxulo


   É um desrespeito à população de Marques de Souza o que seus dois candidatos acordaram em juízo com relação às suas condutas durante a campanha. Documentar na Justiça de que é proibido comprar votos em Marques de Souza.
   O mínimo que se espera dos candi­datos, seja onde for, é que apresentem propostas arrojadas e coesas e que conduzam suas campanhas baseados em princípios éticos e morais, susten­tados pela Constituição Federal (CF/88). Comprar votos é crime em Marques de Souza e em qualquer lugar do Brasil. Portanto, usar essa prerrogativa para assinar em juízo é subestimar a inteli­gência dos eleitores daquele município.
   Antes do acordo, comprar voto ou subornar o eleitor não era crime? Ao me imaginar cidadão marques-souzense, fica um sentimento de descrença e indo­mável preocupação sobre o que esperar do futuro prefeito. Ir na Justiça registrar que comprar voto é proibido, beira o caos. Ou falta um projeto para apresen­tar a sociedade.

Lajeado e mais 53 cidades do Brasil


   O anúncio de que Lajeado foi selecionada como possível sub­sede para a Copa do Mundo de 2014 reanima a região ao ponto de aproveitar com mais intensi­dade os benefícios proporciona­dos pelo maior evento mundial.
   A Fifa nomeou 54 cidades brasileiras, das quais sete gaú­chas, para receber uma seleção mundial. A proximidade com a região metropolitana – pouco mais de cem quilômetros – a construção da nova e moderna arena do Lajeadense e a garan­tia de edificação de um novo hotel até 2014 são os principais motivos da indicação do Vale.
   A partir de agora, começa uma corrida contra o tempo para consolidar Lajeado na Copa e definir estratégias regionais para “vender” o Vale do Taquari como região turística e atraen­te.    Está aí, o que faltava para arregaçarmos as mangas e perceber que os reflexos econô­micos da competição podem “chacoalhar” a região.