Em março do ano passado, durante dez dias, estivemos na Galícia – Espanha, acompanhando uma comitiva do Vale do Taquari, para conhecer o modelo de produção leiteira daquela região. Copiar soluções para problemas como êxodo rural e sucessão familiar era outra alvo.
Passados vinte meses, surge na região o segundo grande resultado - primeiro foi o projeto piloto de erradicação da tuberculose e brucelose bovina.
A exemplo de 14 produtores leiteiros espanhóis, a Cosuel criou um programa associativo de produção leiteira. Ainda na Galícia, o presidente da Cooperativa, Gilberto Piccinini assumiu o compromisso de implantar o modelo no Vale. Cumpriu a promessa, inédita no país.
A debandada de jovens que saem do interior e deixam as propriedades órfãos de sucessores – os pais envelhecem – é o drama dos últimos anos. Em 16 municípios da região norte do Vale, dependentes do setor primário, a população diminui e muitas propriedades estão ameaçadas.
Neste diapasão, cooperativas e entidades de classe buscam soluções. A resistência de boa parte dos poderes públicos e de parcela dos produtores desacelera a inevitável readequação de toda a cadeia produtiva. Mesmo assim, avançamos.
O modelo europeu implantado pela Cosuel é um desses exemplos. Os produtores da associação farão escalas de trabalho, evitando jornadas semanais ininterruptas, grande motivo pela saída dos jovens do campo.
Alternativas como essas, servem de estímulo para manter as propriedades ativas e desenvolver os municípios. É a confirmação de que o trabalho cooperativo, bem administrado, dá certo. Em Teutônia, o Circulo de Máquinas criado pela Cooperativa Languiru é outro exemplo de trabalho coletivo.
Aos poucos, as individualidades e vaidades cedem espaço para o associativismo. Quando os governos de todas as esferas assumirem seus compromissos, e não fizerem vistas grossas aos problemas, o resultado virá mais rápido.
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