O desrespeito e a desatenção da distribuidora de energia elétrica AES Sul tomam proporções alarmantes. Acumulasse reclamações. E o desleixo da empresa em solucionar problemas de abastecimento, troca de postes ou insuficiência na carga continua inabalado.
Os casos desta semana registrados no interior de Arroio do Meio e Cruzeiro do Sul motivam a abordagem a seguir. A interrupção no abastecimento provocou a morte de pelo menos 26 mil frangos em duas propriedades.
Em Arroio do Meio, a AES Sul alega que comunicou via internet e por anúncio isolado em rádio, de que na comunidade de Forqueta Baixa haveria interrupção no fornecimento de segunda-feira à tarde. Sem internet em casa e com o rádio desligado no momento do anúncio, o produtor Vilson Baron foi pego de surpresa. Ficou mais de quatro horas sem energia. Resultado: morreram 17 mil frangos.
Em São Gabriel, Cruzeiro do Sul, por, no mínimo, cinco vezes por semana há queda de energia, com duração média de uma hora. Virou rotina. Em 2011, caso extremo, a comunidade ficou 36 horas sem luz.
O produtor Valdecir Lenz contratou com a AES SUL um aumento de carga, em outubro passado, no valor de R$12.410. Foi necessário para atender seus aviários que alojam 42 mil aves. Pagou. Mas até o momento a distribuidora não honrou o contrato. Na segunda-feira, temperatura beirando 40°C, os climatizadores trabalhavam a todo vapor para manter o ambiente arejado. Às 16h45min cai a energia. Os 45 minutos seguintes resultaram na morte de cinco mil frangos, prontos para o abate.
Os dois casos acima traduzem com rigor o descaso no atendimento da AES Sul. A insatisfação dos consumidores é tamanha que clamam por transferência à Certel - exigem mais eficiência e atenção.
Não bastasse a carência da prestação do serviço, no item transparência a AES Sul é deficitária. Trata a imprensa com desdém, não se importando se com isto está ignorando o clamor popular por respostas. Atendeu a redação - apenas por e-mail - só ontem. Dois dias após a morte das aves. Conseguir ligação para o 0800 é como ganhar na loteria.
A comunidade aguarda manifestação do Ministério Público, que por ora só observa. Mas deve assumir seu papel de guardião da sociedade e dar um alento a esses produtores há muito desrespeitados.
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