Preocupa ver a população de um país considerado emergente, comemorando as evoluções econômicas, se prender ao Big Brother Brasil. Infelizmente, o reality show da Rede Globo exibido em horário nobre é o assunto do momento. Não está sozinho, façamos justiça: UFC e “... ai se eu te pego...delícia” concorrem pela atenção dos brasileiros, que aguardam o Carnaval e comemoram o retorno da temporada do futebol.
Escrevi no facebook esta semana e repito: “Este tal de BBB é uma aberração cultural e social. Desrespeita qualquer princípio ético e moral de uma sociedade civilizada. Confronta o jornalismo. Incentiva a bebedeira e o sexo sem decorrências. É uma estratégia de marketing para ganhar muito, mas muito dinheiro. Vejamos: os cinco maiores patrocinadores pagam R$ 103 milhões à Rede Globo para divulgarem seus produtos.
Na casa onde o sexo explícito entre pessoas que se conhecem há uma semana passa de “amor é lindo” para estupro, comprova a inexistência de qualquer limite.
O apresentador do programa, Pedro Bial e a Rede Globo fizeram “mea culpa” e não esclareceram o fato. Esta negligência leva a crer que seja mais um “jogo de marketing”, visto que a história do suposto estupro elevou o programa à audiência máxima. Se for, convoco para reflexão: estupro como estratégia de marketing e ainda em horário nobre na
mais influente emissora de televisão nacional? Pasmem.
Esta adversidade ao BBB não objetiva dar lição de moral ou posar de intelectual. Respeitamos quem gosta do programa, apoiado na ideia de que tudo é brincadeira, diversão ou simplesmente um jogo. Ao atingir recorde de audiência se confirma que milhares detestam que se fale mal do baixo nível desta exibição vulgar.
Afinal, o retrato do BBB é a cara de parte do Brasil que adoraria cometer infrações de trânsito sem pagar multas. Do Brasil onde a saúde e a educação são preteridos pelos estádios de futebol e a Copa do Mundo. País sem estradas, com estapafúrdias e inexplicáveis desigualdades sociais. Do Brasil onde a fama, o sexo e o dinheiro estão acima de tudo.
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