O assunto abordado na semana passada, relacionado à ineficácia do SUS, em especial o SUPERATRASO das cirurgias eletivas, teve desdobramentos. Novas reflexões são pertinentes.
Estão na fila pelo menos 700 pessoas de toda região, aguardando por cirurgias eletivas (mais comuns e sem urgência aparente). O problema é que o Hospital Bruno Born – único que presta o serviço – faz no máximo 22 desses tratamentos por mês. Cálculo simples dá conta que para atender todos os pacientes em espera serão necessários dois anos e oitos meses. Para isso, nenhum caso novo poderia surgir durante esse período. Santa ilusão.
No Vale do Taquari, tem 23 hospitais. Vários com dificuldades financeiras e na iminência de encerrar as atividades. Acumulam prejuízos e não conseguem se reequilibrar. Outros estão bem e gozam de estrutura e tecnologia moderna e avançada. Poderiam absorver parte da demanda, desde que haja comprometimento público e privado.
Para as autoridades de saúde, as cirurgias eletivas não têm pressa. Podem esperar. Esquecem de que o cidadão que sofre de problemas com hérnia, diverticulite (inflamação no intestino) e mama, por exemplo, tem pressa para resolver seu problema. Em muitos casos, estes dramas impedem tarefas comuns do cotidiano e baixam a autoestima.
Dos poderes públicos vem a justificativa de que o SUS e as cirurgias eletivas são compromissos não cumpridos do governo do estado. Prometem e não fazem há tempo. Assim, o problema dos pacientes se alonga.
Estamos diante de um empurra-empurra de responsabilidades. Percebe-se uma nítida abstenção dos prefeitos e vereadores da região. Há dias as reuniões da Amvat e Avat se resumem a temas irrelevantes em vários momentos. Simpático seria reunir o Ministério Público e procurar uma solução mais rápida para os casos. O promotor Carlos Fioriolli está à disposição e aguarda convite. “Não adianta mover ação cível em defesa dos pacientes porque seus problemas não se resolverão. A solução está na mão das autoridades. Basta discutir e assumir”, comentou para a coluna.
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