quarta-feira, 23 de novembro de 2011

As ameaças merecem reflexões

A obra de duplicação da BR-386 parecia ocorrer sem percalços ou surpresas. Só parecia. Um ano depois de se iniciarem os serviços aparece uma série de ameaças que podem interromper os trabalhos. Seria uma “tragédia regional” do tamanho das tantas que se acumulam em acidentes ao longo do trecho não duplicado. Em uma semana morreram cinco.

As desconfianças que pairam sobre a obra, invocadas com veemência desde a semana passada, merecem uma reflexão mais aprofundada. A demora na liberação das jazidas e o desacordo entre Funai e Dnit para expropriar 20 famílias de indígenas que se instalaram às margens da rodovia – em faixa de domínio, portanto, ilegal – são os motivos reais, dignos de preocupação.
Mas, a reflexão que se exige perpassa estas burocracias brasileiras enraizadas e direciona-se para as estratégias políticas regionais e o planejamento coletivo. A autopromoção de autoridades de que somos uma região mobilizada estrategicamente precisa ser revista. É ilusão.
Nesse caso da duplicação, fica saliente a inexistência de um discurso unânime das entidades. Assim que derrubaram as primeiras árvores para duplicar os 33,3 quilômetros entre Tabaí e Estrela, começou uma quimérica mobilização para duplicar a BR até Tio Hugo. Mudou-se o foco. Se dissipou a equipe de líderes que por tantos anos se doaram para conseguir a duplicação em direção a capital. A pressão sobre o governo e Funai diminuiu.
A água está batendo no pescoço. A Conpasul – construtora responsável – já adia a previsão inicial de término da obra. A CIC-VT e a Acil assumiram a bronca e correm atrás do tempo. Precisam de apoio.
Os imbróglios que cercam a obra de duplicação da BR são exemplos claros de que as entidades de classe estão distantes. Cada qual cria prioridades, projeta ações e busca recursos. O Codevat (Conselho de Desenvolvimento do Vale do Taquari) – que deveria concentrar as ideias – está desarticulado. Os representantes políticos só aparecem em inaugurações e sempre na berlinda dos problemas. Cadê os deputados federal e estadual do Vale para intervir na questão? Onde está a mobilização dos prefeitos? Não são eles que detêm a força política?
Há tempo a região cresce menos que o estado ... o PIB é apenas um exemplo.
Os imbróglios que cercam a
obra de duplicação da BR
são exemplos claros de que
as entidades de classe estão distantes

Sono, muito sono

Foto Ezequiel Neitzke

O colega Ezequiel Neitzke registrou cena comum nas câmaras de vereadores da região. Em Travesseiro, os assuntos ou projetos em pauta deixaram o vereador Marcelo Reli (PP) com sono na última sessão. Dormiu. A imagem permite conclusões de que não há problemas no município ou então, se faz pouco caso para discuti-los.
Em recorrentes oportunidades questionamos a postura e a qualidade de nossos administradores públicos. Generalizar por baixo é injusto. Temos gestores – que são minoria - comprometidos com as causas e interesses da sociedade. Mesmo assim, caem no descrédito em função dos repetidos fatos que mancham a credibilidade de toda a classe política.


quinta-feira, 10 de novembro de 2011

O cooperativismo volta a ter força


O trauma deixado pela Copavi, falida no início da década de 80, se dissipa. Visualizamos um novo cenário regional. O cooperativismo se fortaleceu nos últimos anos.
Em Teutônia e municípios vizinhos, a nova realidade não é exclusiva, mas está mais saliente. As três cooperativas – Certel, Languiru e Sicredi – ditam o ritmo do crescimento econômico e social das cidades onde atuam com intensidade.
Profissionalizaram as atividades e agem com transparência. Conquistam os associados e viabilizam ganhos reais nas organizações. Retomaram a confiança.
Citamos a região de Teutônia porque serve de modelo para as outras do Vale, em especial, a região Norte, que vive o drama do envelhecimento rural e da diminuição populacional. Em 16 municípios o número de habitantes reduziu nos últimos dez anos, esvaziando propriedades rurais. Algo precisa ser feito para reverter o quadro e o associativismo surge como alternativa.
Nesta semana, a Cooperativa Languiru, que está entre as maiores do estado, reuniu parceiros e a imprensa para anunciar novos produtos e marca. Projeta um orçamento de R$ 600 milhões para 2012 – um salto de quase 50% em relação ao ano passado. Vai inaugurar frigorífico de suínos no início do ano. Serão 300 vagas de emprego imediatas para abater dois mil suínos por dia. O investimento é de R$ 40 milhões.
É perceptível, ao conversar com as pessoas, sejam do campo ou da cidade, o envolvimento e a importância das cooperativas para o fortalecimento econômico. A Cosuel, que atende a microrregião de Encantado, é outro exemplo de sucesso e também projeto avanços.
Diante deste cenário, a própria Emater – em fase de reestruturação - integra um programa cooperativo criado pelo governo estadual. Ele vai ao encontro dos avanços cooperativistas difundidos cada vez mais. Aos poucos, os consolidados modelos associativos europeus ganham espaço no Vale.
Em 16 municípios o número de habitantes reduziu nos últimos dez anos, esvaziando propriedades rurais. Algo precisa ser feito para reverter o quadro e o associativismo surge como alternativa.

?

Acumulam-se feiras pela região sem prestação de contas. Reforçamos a importância da realização destes eventos para aumentar a autoestima e o fortalecimento comercial das comunidades. Por outro lado, a população regional aguarda pela prestação de contas destas exposições. A transparência de apresentar os resultados reais de cada evento seria simpático e coerente, afinal, se trata de dinheiro público.  Aguardemos!

11/11/11

A data da próxima sexta-feira tem formação numérica curiosa e inédita para os próximos 100 anos. Superstições e misticismos cercam o dia.

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

A ineficácia do SUS repercute

O assunto abordado na semana passada, relacionado à ineficácia do SUS, em especial o SUPERATRASO das cirurgias eletivas, teve desdobramentos.  Novas reflexões são pertinentes.
Estão na fila pelo menos 700 pessoas de toda região, aguardando por cirurgias eletivas (mais comuns e sem urgência aparente). O problema é que o Hospital Bruno Born – único que presta o serviço –  faz no máximo 22 desses tratamentos por mês. Cálculo simples dá conta que para atender todos os pacientes em espera serão necessários dois anos e oitos meses. Para isso, nenhum caso novo poderia surgir durante esse período. Santa ilusão.
No Vale do Taquari, tem 23 hospitais. Vários com dificuldades financeiras e na iminência de encerrar as atividades. Acumulam prejuízos e não conseguem se reequilibrar. Outros estão bem e gozam de estrutura e tecnologia moderna e avançada. Poderiam absorver parte da demanda, desde que haja comprometimento público e privado.
Para as autoridades de saúde, as cirurgias eletivas não têm pressa. Podem esperar. Esquecem de que o cidadão que sofre de problemas com hérnia, diverticulite (inflamação no intestino) e mama, por exemplo, tem pressa para resolver seu problema. Em muitos casos, estes dramas impedem tarefas comuns do cotidiano e baixam a autoestima.
Dos poderes públicos vem a justificativa de que o SUS e as cirurgias eletivas são compromissos não cumpridos do governo do estado. Prometem e não fazem há tempo. Assim, o problema dos pacientes se alonga.
Estamos diante de um empurra-empurra de responsabilidades. Percebe-se uma nítida abstenção dos prefeitos e vereadores da região. Há dias as reuniões da Amvat e Avat se resumem a temas irrelevantes em vários momentos. Simpático seria reunir o Ministério Público e procurar uma solução mais rápida para os casos. O promotor Carlos Fioriolli está à disposição e aguarda convite. “Não adianta mover ação cível em defesa dos pacientes porque seus problemas não se resolverão. A solução está na mão das autoridades. Basta discutir e assumir”, comentou para a coluna.

Segue o descaso

Foto: Fernando Weiss


Fins de semana e feriados são prenúncios de lixo jogado pelas calçadas e gramados da Av. Avelino Tallini, em frente do complexo da Univates (foto). Usuários revoltados acionaram a coluna e pedem punição aos baderneiros, que ignoram as lixeiras e jogam garrafas de bebidas a poucos metros dos locais adequados.  O caso reflete falta de respeito, educação e bom senso com o patrimônio público. A Hora, como fez semanas atrás, continua estampando as imagens para despertar uma ação conjunta das autoridades responsáveis e, quem sabe, numa otimista esperança de sensibilizar aqueles que parecem não ter consciência.

IGP é prioridade para o Vale do Taquari

Tudo indicava que o feriadão, um dos mais prolongados do ano na região, terminaria sem tragédia no trânsito. Mas apenas indicava. Às 15h45min, uma colisão na BR-386 causou a morte de três pessoas. A BR-386 ficou interrompida por cerca de duas horas. Presos nas ferragens, os corpos não puderam ser retirados antes da chegada dos peritos de Porto Alegre. A demora  – cerca de três horas depois da chamada – reforça que a região necessita ter seu próprio instituto geral de perícia. Do contrário, ficaremos reféns da corporação da capital.
Foto: Rodrigo Dias

Será?

Esta semana se reuniram Ito Lanius (PMDB) e Luis Fernando Schmitt (PT) para discutir uma possível aliança para as eleições de 2012. A ideia seria reunir os partidos de oposição para fortalecer o grupo que disputará a Prefeitura de Lajeado com o atual governo, liderado pelo PP. Informações extraoficiais dão conta que Schmitt será candidato a prefeito e Lanius a vice.
A força da base aliada que governa Lajeado nos últimos 15 anos é o motivo para que a oposição se junte. Estratégia correta diante do poder acumulado por quem administra a máquina pública por tantos anos.