sexta-feira, 8 de março de 2013

Novos gestores, velho problema

   De novo. O Pronto-Socorro do Hospital Bruno Born (HBB) mais uma vez lotou no feriadão, com destaque para a segunda-feira, quando pacientes ficaram até sete horas – isso mesmo – na fila. Nenhuma  novidade, assim como não surpreende – mas incomoda – a “paralisia” das autoridades diante do problema. Ele é velho e clama por soluções há anos. Pergunto: diante da demanda regional conhecida, é  plausível fechar todos os postos de saúde quatro dias seguidos? Lajeado tem 71 mil habitantes que dependem dos atendimentos no PS.    Somam-se a estes, milhares de pessoas de outros municípios que recorrem à unidade do HBB em caso de emergência. Só a sorte e obra do acaso seriam capazes de evitar a superlotação. Mas, as duas são descartáveis quando o assunto é saúde. A Unidade de    Pronto  Atendimento (UPA) é a promessa de solução, mas sua abertura sequer tem data. O próximo feriadão está previso para o último fim de semana de março, na Páscoa. Passa longe de cem mil o número de  pessoas que dependem de um ou no máximo dois médicos plantonistas que atendem no Pronto-Socorro durante os feriados. A cena confronta o discurso dos candidatos de todos os municípios que  prometem em suas campanhas eleitorais: saúde é prioridade. Se fosse, intercalavam profissionais em alguns postos de saúde e abririam as unidades pelo menos algum período.

A propósito

   Segunda-feira sequer era feriado e salvo repartições públicas, boa parte dos setores produtivos e de serviços trabalhou. Por que todos os postos de saúde fecharam? Imaginemos se mercados, postos de  combustíveis, coletores de lixo, taxistas, rodoviárias também resolvessem parar de sexta a quarta-feira, a exemplo de prefeituras e bancos. Os valores parecem invertidos, pois o privado funciona, e o  público para. É uma prática enraizada que só alimenta o descrédito com o serviço público.

Por outro lado

   Os secretários de Saúde, em especial de Lajeado, reclamam do alto valor que já é repassado ao HBB todo o mês. Alegam impossibilidade de manter serviço de plantão aberto nos postos de saúde devido  ao custo elevado. Que seja, mas é passada a hora de sentar à mesa todos os representantes de município e dividir a conta conforme o uso de serviços. Se o hospital recebe, precisa cumprir as responsabilidades. A população não pode continuar sendo lesada pela inoperância. 

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